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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mafalda

POEMA DE MARIO QUINTANA

Para refletirmos quanto a preenchermo-nos, alguns dizem em nossa sociedade capitalista em preenchermos com um objeto, consumismo, e não mais do outro, o humano, tudo é muito frio. Mario Quintana falando de Borboletas muito sabiamente fez o seguinte poema:

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.
Temos que nos bastar...nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
 As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama(ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final de contas, você vai achar não quem estava procurando, mas quemestava procurando por você!

::Mafalda - Primer Día de Escuela::

Mafalda va a la Escuela

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Disciplinar nossas crianças

A educação de nossas crianças, não digo a educação do aprender a ler e a escrever, cada vez mais é dirigida única e exclusivamente como tarefa da escola, onde os pais preferem esquivar-se a enfrentar a fúria e o mau humor de seus filhos.


Estamos cansados de assistir as crises de birras das crianças que não se contentam com o que lhes é dado. Quantas e quantas vezes vemos nas filas dos supermercados e shoppings, crianças embolando, gritando e agredindo, impondo aos pais o direito de terem e fazerem apenas o que desejam. Estaria nossa sociedade entregue a estes pequenos tiranos?!…


A escola é o ambiente onde a criança passa a maior parte do seu tempo de vida. É o lugar escolhido para brincar, sonhar, estudar, pintar e fazer novos amiguinhos. É na escola onde a criança dar seus primeiros passos rumo ao descobrimento das letras, da escrita e da aprendizagem propriamente dita. É o lugar, por excelência, carregado de magia, de surpresas e descobertas para o desenvolvimento psico-social-acadêmico e afetivo da criança. É o mundo encantado das letras, das amizades e descobertas da vida e para a vida.

Assim sendo, a escola é a o alicerce para o desenvolvimento e crescimento de nossas crianças, atuando na formação de cidadãos conscientes de seu papel, de respeito e obediência aos pais, estando a escola no papel mediador do conhecimento e prática dos bons costumes. E por falar nos bons costumes…Que tal aproveitarmos a oportunidade e tentarmos ajudar nossas crianças a se portarem e serem bons cidadãos e semeadores do bom costume, do bom comportamento, e por que não, do bom filho?!.

A agressividade é característica do comportamento de todo o ser, quer seja criança ou adulto, mas para que esta seja considerada “normal”, digo aceitável, ela tem que ser canalizada para aquisição do crescimento e desenvolvimento de todo ser humano, quando bem canalizada tem o seu papel de grande importância para o ser, isto é, a tentativa e busca de vencer na vida, mas quando não, é considerada uma atitude negativa e desestrutura a criança, a família e parte da sociedade.E pensando assim, vale a pena lembrar a vocês pais o quão é saudável e importante falar sempre a verdade para os filhos, ter atitudes coerentes e firmes e não deixar ser levados pelos caprichos e birras dos mesmos. Devemos amá-los incondicionalmente, mas isto não implica em fazer tudo o que eles desejam e pedem. Amar é educar com amor, prepará-los para a vida, para serem cidadãos educados e compromissados com a ética.

Pense bem antes de tomar uma medida enérgica com seu filho. A conversa é muito importante para o enriquecimento do diálogo entre os membros familiares, como também para o conhecimento da dinâmica familiar.



Lembrem-se: os filhos são o reflexo dos pais!



{Escrito por: Adriana Gaião e Barbosa}

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sexualidade Infantil(artigo de Rosana Mafra)

A sexualidade pode ser vista como “a base da curiosidade, a força que nos permite elaborar e ter idéias, bem como o desejo de ser amado e valorizado à medida que aprendemos a amar e a valorizar o outro” (BRITZMAN, 1998, p.162). A sexualidade manifesta-se através de atitudes, comportamentos, gestos, ultrapassa, portanto, a dimensão biológica, pois envolve emoção, afeto e imaginário. A sexualidade se expressa através do corpo, na subjetividade única de cada sujeito. Ela mostra sua dimensão existencial, quando pensada como direito individual, da ordem do íntimo, que envolve o sujeito em sua totalidade. Ela manifesta sua dimensão social, quando as peculiaridades adquiridas emergem da sociedade em que o sujeito está inserido.




No espaço escolar, na sala de aula, por exemplo, há crianças em condições de subordinação em relação aos professores, os quais assumem o papel de transmissores de um conhecimento legitimado. Assim, o corpo do aluno fica submisso a lugares e comportamentos pré-determinados, organizados pela dinâmica escolar. Seriam os “corpos dóceis, corpos submissos”, como enfatiza Foucault (1984, p. 118-119). Este autor destaca que a compreensão do caráter social da sexualidade é definida pelas elaborações histórica, política e contextual, explicadas pelas manifestações sociais e históricas, cujas formas e variações não podem ser identificadas sem que se examine e explique o contexto em que se formaram. A pessoa nasce com seu corpo definido (ser homem ou mulher; ser alto ou baixo, ser loiro ou moreno...), porém a sexualidade é aprendida, construída pelo próprio sujeito e, em grande parte, condicionada por sistemas de valores familiares, culturais e sociais vigentes. Estes valores são, muitas vezes, reforçados, reprimidos e normatizados por influências religiosas e morais e pelo que é divulgado por livros e histórias infantis, os quais submetem a criança a determinados modelos ideológicos que influem sobre sua expressão.



A sexualidade tem sido também descrita, compreendida, explicada, regulada, estudada, normatizada a partir de várias perspectivas e campos disciplinares repressor. O educador é de igual forma, fruto dessa educação repressora. Ela também marcou o caminho por ele percorrido. O educador, portanto, traz implícitas, em suas ações, as concepções de sua educação sexual e de sua vida pessoal. O educador é um sujeito sócio-cultural, um ator social de grande destaque no espaço escolar e desempenha papel crucial, principalmente no que diz respeito às interfaces corpo, gênero e sexualidade na educação. A escola, sendo um espaço educativo, desempenha papel determinante na formação da criança, com vista a seu posicionamento e sua integração em uma sociedade em constante mudança, que se torna constantemente mais complexa, exigente e desigual.



Refletir sobre gênero, corpo e sexualidade, numa época de transição de valores como a atual, é bastante complexo. Pode-se encontrar na mesma escola pessoas com argumentações totalmente diferentes sobre assuntos ligados à manifestação da sexualidade. Abordar o tema emergente da sexualidade constitui grande desafio aos educadores.



Estes temas vêm sendo divulgado abertamente pelos meios de comunicação, através de propagandas, outdoor, programas infantis, programas de auditório, filmes, novelas, revistas masculinas e femininas. É só acessar a televisão ou a Internet e, rapidamente, as crianças recebem os mais variados estímulos direcionadas a estas questões.



Não se pode negar, no entanto, que as crianças, embora recebam enorme quantidade de informações principalmente sobre o sexo, ainda apresentam uma compreensão equivocada sobre o assunto, porque muito pouco é explicado, discutido. As cenas, imagens, propagandas que estão postas encarregam-se de tornar tudo muito explícito para a criança, porém sem oportunizar-lhes o conhecimento necessário. Pais e professores têm dúvidas sobre como agir, pois acreditam que, debatendo o assunto, podem influenciar a criança ou despertar curiosidades inoportunas. Um considerável grupo de educadores ainda acredita que a educação sexual, na escola, deve restringir-se a informações sobre fisiologia, anatomia, aparelho de reprodução e por isto ser de responsabilidade dos professores de Biologia.



As crianças convivem quotidianamente com cenas de sexo, seja em casa, seja na rua. Elas são motivadas à erotização precoce, através da imitação de comportamentos sugeridos por músicas e coreografias, que estimulam a sexualidade e a sensualidade.



As crianças querem saber sobre as diferenças existentes entre si e os papéis que desempenham. Desejam encontrar, na escola e na família, o lugar em que, contemplados pelo afetivo, envolvidos pelo acolhimento de seus sentimentos e emoções, tenham respostas para suas perguntas, onde assuntos referentes a gênero e sexualidade sejam adequadamente tratados.



É fundamental que a abordagem da temática corpo, gênero e sexualidade seja feita de forma prazerosa e constitua projeto permanente no espaço escolar.







Fonte:

BRITZMAN, Deborah. Sexualidade e cidadania democrática. IN: SILVA, Luiz Heron. A escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis, Vozes, 1998.



FOUCAULT, M. . História da Sexualidade I: A vontade de saber. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro : Graal, 1984.



NUNES, César: Desvendando a sexualidade . Campinas: Papirus,1997.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A Sociedade Contemporânea

Pontuações de um artigo de ¹Sérgio Lewkowicz(membro efetivo e Analista Didata da SPPA) nos traz contribuições reflexivas para a sociedade atual; Como:
-¹ Aprendemos com a Psicanálise que tanto para o desenvolvimento individual como para o desenvolvimento da civilização, um dos fatores decisivos é a capacidade de sacrificar interesses, desejos e necessidades individuais, abrindo assim espaço dentro de nós para a aceitação dos outros, com seus interesses, desejos e necessidades.

 Esta aceitação do outro quando acolhida com amor(sublime) tem a capacidade de se criar uma sociedade saudável, humana, com valores e virtudes. Este amor pode ser chamado de transferência positiva que quando ocorre em um setting analítico a análise se aprofunda e evolui.

- ¹Esse sacrifício individual não é nada fácil e só se torna possível quando os cuidadores de uma pessoa, desde a sua tenra infância  lhe ajudam a criar um espaço psíquico que permita substituir parte dessa perda, desse sacrifício por um ganho simbólico, como o sonho e o brincar que são exemplos dessa aquisição de uma alma. Desenvolve-se assim a capacidade de pensar e de perceber mais adequadamente a realidade. Por outro lado quando esse desenvolvimento não ocorre, se evolui para uma situação de desrespeito e desconsideração com o outro, um estado narcísico, tão frequante nos dias de hoje.
A morte do simbólico equivale à morte do outro, levando a uma situação em que se pode matar, estuprar, roubar e humilhar sem maiores considerações e consequências.

Nota-se o quão é importante é a infância, o brincar, sonhar para a construção de um sujeito saudável e consequentemente um coletivo saudável.
Quando o sujeito em idade adulta se depara com uma infinidade de ofertas, de visões de mundo e estilos de vida, mas não sabe como escolher, muitas vezes com escolhas de um desrespeito a si mesmo e uma tentativa de ser amado e reconhecido porém em um grupo social de valores invertidos.
A tentativa de ser amado e reconhecido em nossa singularidade esbarra na dificuldade de encontrar o nosso lugar no mundo.
Não dispondo de um lugar garantido, a única alternativa é tentar fazer-se reconhecer, no jogo dinâmico das relações sociais, como portador de atributos de valor sancionados pelo grupo social de que se faz parte. Os vários outros com quem nos deparamos são tomados como espelho e constituem a mediação necessária para a produção de inserções sociais minimamente estáveis e satisfatórias, possem a se constituir em fontes de sofrimento psíquico que, muitas vezes, recebem o nome genérico de depressão. Uma formação imaginária do inconsciente gera conflitos inconscientes ocasionando dificuldades de relações sociais.
A dor psíquica pode muitas vezes ser maior que a capacidade de relação do sujeito, prevalecem os sentimentos de impotência e uma passividade queixosa e improdutiva.
O enorme vazio deixado internamente exige algum tipo de preenchimento. A carência da alma tenta ser suprida por outros objetos daí o surgimento da clínica do vazio.
O interesse individual ou de um grupo predomina sobre todos os outros, não importando os meios para se conseguir os objetivos desejados, ficando eles mesmos dominados pelos seus próprios aspectos destrutivos e narcisistas funcionando como um boomerang.
A análise é muito importante para o ser humano tentar sair desse looping.