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segunda-feira, 19 de julho de 2010

A Sociedade Contemporânea

Pontuações de um artigo de ¹Sérgio Lewkowicz(membro efetivo e Analista Didata da SPPA) nos traz contribuições reflexivas para a sociedade atual; Como:
-¹ Aprendemos com a Psicanálise que tanto para o desenvolvimento individual como para o desenvolvimento da civilização, um dos fatores decisivos é a capacidade de sacrificar interesses, desejos e necessidades individuais, abrindo assim espaço dentro de nós para a aceitação dos outros, com seus interesses, desejos e necessidades.

 Esta aceitação do outro quando acolhida com amor(sublime) tem a capacidade de se criar uma sociedade saudável, humana, com valores e virtudes. Este amor pode ser chamado de transferência positiva que quando ocorre em um setting analítico a análise se aprofunda e evolui.

- ¹Esse sacrifício individual não é nada fácil e só se torna possível quando os cuidadores de uma pessoa, desde a sua tenra infância  lhe ajudam a criar um espaço psíquico que permita substituir parte dessa perda, desse sacrifício por um ganho simbólico, como o sonho e o brincar que são exemplos dessa aquisição de uma alma. Desenvolve-se assim a capacidade de pensar e de perceber mais adequadamente a realidade. Por outro lado quando esse desenvolvimento não ocorre, se evolui para uma situação de desrespeito e desconsideração com o outro, um estado narcísico, tão frequante nos dias de hoje.
A morte do simbólico equivale à morte do outro, levando a uma situação em que se pode matar, estuprar, roubar e humilhar sem maiores considerações e consequências.

Nota-se o quão é importante é a infância, o brincar, sonhar para a construção de um sujeito saudável e consequentemente um coletivo saudável.
Quando o sujeito em idade adulta se depara com uma infinidade de ofertas, de visões de mundo e estilos de vida, mas não sabe como escolher, muitas vezes com escolhas de um desrespeito a si mesmo e uma tentativa de ser amado e reconhecido porém em um grupo social de valores invertidos.
A tentativa de ser amado e reconhecido em nossa singularidade esbarra na dificuldade de encontrar o nosso lugar no mundo.
Não dispondo de um lugar garantido, a única alternativa é tentar fazer-se reconhecer, no jogo dinâmico das relações sociais, como portador de atributos de valor sancionados pelo grupo social de que se faz parte. Os vários outros com quem nos deparamos são tomados como espelho e constituem a mediação necessária para a produção de inserções sociais minimamente estáveis e satisfatórias, possem a se constituir em fontes de sofrimento psíquico que, muitas vezes, recebem o nome genérico de depressão. Uma formação imaginária do inconsciente gera conflitos inconscientes ocasionando dificuldades de relações sociais.
A dor psíquica pode muitas vezes ser maior que a capacidade de relação do sujeito, prevalecem os sentimentos de impotência e uma passividade queixosa e improdutiva.
O enorme vazio deixado internamente exige algum tipo de preenchimento. A carência da alma tenta ser suprida por outros objetos daí o surgimento da clínica do vazio.
O interesse individual ou de um grupo predomina sobre todos os outros, não importando os meios para se conseguir os objetivos desejados, ficando eles mesmos dominados pelos seus próprios aspectos destrutivos e narcisistas funcionando como um boomerang.
A análise é muito importante para o ser humano tentar sair desse looping.

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