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domingo, 15 de agosto de 2010

A Vida Psíquica

A VIDA PSÍQUICA – (Texto do Livro “Convite à Filosofia” de Marilena Chauí)







A vida psíquica é constituída de três instâncias:



- isso↔id↔instância inteiramente inconsciente



- Eu ↔ ego ↔ instância consciente



- Super-eu ↔ superego ↔ possui aspectos conscientes e inconscientes





O id é formado por instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes, pulsões; regida pelo princípio do prazer, exige satisfação imediata. Freud descobriu que os instintos, impulsos e desejos inconscientes, pulsões, são de natureza sexual empregou o termo em latim de : libido(lascívia, luxúria, desejo sexual violento).



O id é o reservatório primitivo da energia psíquica ou o reservatório da libido. A sexualidade não se reduz ao ato sexual genital, mas envolve todos os desejos que pedem satisfação e podem ser satisfeitos em qualquer parte do nosso corpo ou na totalidade dele.

Para escândalo da Sociedade Européia no final do século XIX e início do XX, Freud introduziu a idéia de sexualidade infantil.

As três fases da sexualidade infantil que se diferenciam pelos órgãos que sentem prazer e pelos objetos e seres que dão prazer.



- Fase Oral: Entre os primeiros meses de vida e os 5 ou 6 anos, ligada ao desenvolvimento do id, quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente na boca e na ingestão de alimentos, e o seio materno é o objeto de prazer ( ou seus substitutos, como a mamadeira, a chupeta, os dedos);



- Fase Anal: Quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente nas excreções e nas fezes, e os objetos de prazer são brincar com massas e com tintas, amassar barro ou argila, comer coisas cremosas, sujar-se;



- Fase Fálica: Quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente no órgão genital masculino, o falo ou pênis, pois a criança, menino ou menina, nessa fase só reconhece esse órgão sexual.

Como nota minha(Conedera) arrisco a dizer aqui que para a menina o falo é o órgão genital feminino, a vagina.



É na fase fálica que surge, no centro do ID, determinando toda a vida psíquica, o que Freud denominou de Complexo Nuclear das neuroses ou Complexo de Édipo.

O termo “Complexo” é empregado por Freud para indicar que se trata de um conjunto de várias pulsões nas quais se exprime o mesmo desejo. É esse desejo fundamental que organiza a totalidade da vida psíquica e determina o sentido de nossa vida, pois tudo dependerá como a criança conseguirá ou não superar esse complexo.

É esse complexo que determina também o sentimento da ameaça da castração ou surgimento de outro complexo, conhecido como complexo de castração, no qual a criança teme perder o falo como punição de seu desejo incestuoso.



Para que o sujeito se proteja, o id passa pelo ego que é o intermediador do meio externo, o ego verifica se o meio externo está adequado para satisfazer as pulsões do id, se não estiver o ego se utilizará de mecanismos de defesa evitando a dor psíquica, postergando a satisfação do id. Veja bem a pulsão de um sujeito pode passar a vida inteira sem ser satisfeita atuando sempre em seus mecanismos de defesa, considerado saudável, evitando a neurose.



O ego ou o eu é a consciência, pequena parte da vida psíquica, submetida aos desejos do id e a observação. Obedece ao princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satizfazer os id sem transgredir as exigências do superego.



Num ensaio intitulado “o ego e o id”, Freud escreve que o ego é um “pobre coitado” , espremido entre três escravidões ou por três senhores: os desejos insaciáveis do id, a severidade repressiva do superego e os perigos do mundo exterior. Se se submeter ao id, torna-se imoral e destrutivo; Se se submeter ao superego, enlouquece de desespero, pois viverá numa insatisfação insuportável; se não se submeter à realidade do mundo será destruído por ele.



Cabe ao ego encontrar caminhos para a angústia existencial. Estamos divididos entre o princípio do prazer( que não conhece limites) e o princípio da realidade( que nos impõe limites externos e internos).

Ao ego é dada uma função dupla, ao mesmo tempo recalcar o id, satisfazendo o superego, e satisfazer o id limitando o poderio do superego.

A vida consciente normal é o equilíbrio encontrado pela consciência para realizar sua dupla função. As neuroses indicam a dificuldade da realização desse equilíbrio e as psicoses( ou a loucura) exprimem a incapacidade do ego para realizar sua dupla função, seja porque o id ou o superego são sua dupla função, seja porque o id ou o superego são excessivamente fortes, seja porque o ego é excessivamente fraco.



A manifestação do inconsciente de forma inconsciente em uma dimensão imaginária de nossa vida psíquica; substituições, sonhos, lapsos de linguagem e de memória, atos falhos, prazer e desprazer com objetos e pessoas, medo ou bem estar com objetos ou pessoas indica que os recursos inconscientes para surgir indiretamente à consciência possuem dois níveis.



- Conteúdo manifesto(escada, mar, e incêncio, no sonho; a palavra esquecida e a pronunciada, no lapso; um objeto quebrado no ato falho; afetos contrários por coisas e pessoas)



- Conteúdo Latente: É o conteúdo inconsciente real e oculto( os desejos sexuais)



Nossa vida normal se passa no plano dos conteúdos manifestos e, portanto, no imaginário. Somente por meio de uma análise nos permite decifrar o conteúdo latente que se dissimula sob o conteúdo manifesto.

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