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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O dizer do Psicanalista

O dizer do psicanalista, sustenta Nasio, não carrega consigo o propósito de decifrar o inconsciente, mas de produzi-lo sob a forma de acontecimento, relançando a cadeia dos significantes e favorecendo que outros acontecimentos se realizem.
A melhor interpretação se diz sempre em duas ou três palavras bem curtas, à maneira de uma réplica que toca, corta e pontua o enunciado do analisando.
Winnicott foi um reformador liberal da assim chamada técnica psicanalítica clássica e desconstruirá o estilo interpretativo conduzindo-o ao extremo da simplicidade e da discrição, dando-lhe aos poucos a forma de um dito espirituoso, de uma piada, de uma interjeição ou, como preferia dizer, de um rabisco(squiggle).
O espaço transicional, o entre-dois onde coabitam ilusão e verdade, adquirirá uma importância decisiva na eficácia clínica no tratamento psicanalítico. Em 1971 Winnicott afirma que a psicanálise acontece na sobreposição das zonas de brinquedo do paciente e do analista. Analista e paciente brincam no interior do campo transicional quando conseguem conjuntamente cria-lo e usá-lo.
A ilusão do paciente deverá ser necessáriamente aceito, creditada e compartilhada ficcionalmente pelo analista; esta é uma condição sine qua non que o analisando lhe impõe para deixa-lo participar da sua intimidade subjetiva e nestas condições dar-se-a o diálogo transicional.

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