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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

TRAUMA

Ferenczi nos ensina  que o trauma acontece quando a linguagem da paixão, usada por um adulto enlouquecido de fúria ou sexualidade, em quem a criança confia, violenta a linguagem da ternura, do amor e da confiança que a criança deposita naquele seu cuidador. A criança busca então um segundo adulto para relatar o maltrato acontecido, e é nessa hora que o trauma se concretiza, pois esse segundo adulto mesmo sabendo que a criança está dizendo a verdade, a confunde afirmando que não aconteceu nada, que ela entendeu mal. A criança fica então sem ter em quem confiar, nem nela mesma, pois sua percepção também foi atacada.
A criança necessita de alguém em quem possa contar a sua dor, ser ouvido e verdadeiramente compreendido.

Os pacientes de hoje apresentam-se bem mais desorganizados psiquicamente que os neuróticos de antigamente. Nossos pacientes são traumatizados pelas inúmeras e variadas formas de desamparo e abandono que a sociedade atual vem impondo.
A relação real com a pessoa do analista é que fornece um ambiente facilitador e acolhedor para que o frágil ego infantil dentro da pessoa do paciente possa florescer.
No restrito ambiente do setting, cabe ao analista adaptar-se ao paciente, levando em conta que tanto o ambiente como o setting psicanalítico pode ser facilitador da estruturação do psiquismo ou atuar como desorganizador da mesma.
Segundo Ferenczi:
Trauma: Fruto de conflitos reais com o mundo externo.
Trauma sexual: Protótipo da violência contra um ego imaturo.

Violência Moral: Rigor inadequado da educação como acionadores da "Confusão de línguas entre adultos e crianças".
A violência fica adscrita à pulsão, a violência é o exercício da força para subjugar a outro e, inclusive, matá-lo. As armas substituem a força muscular e a morte do inimigo satisfaz uma inclinação pulsional. A violência é quebrantada pela união sempre em termos pulsionais, e o direito é o poder de uma comunidade.
A violência de um indivíduo e a violência de uma comunidade, sendo que uma comunidade pode se proteger da violência estabelecendo laços especiais.

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